Grupo suspeito de lavar mais de R$ 100 milhões do crime em prédios construía série de edifícios ao mesmo tempo no litoral de SC
25/04/2025
(Foto: Reprodução) Esquema movimentou valor milionário em 2024 e, segundo a Receita Federal, "está em franco crescimento". Imóveis são construídos em Itapema, que tem o 2º metro quadrado mais caro do país, segundo o índice FipeZap. Imagem de imóvel alvo de busca em Itapema, no Litoral Norte de SC
Receita Federal/ Divulgação
O grupo de traficantes investigado por lavar mais de R$ 100 milhões do dinheiro do crime passou a construir vários edifícios diferentes ao mesmo tempo, com imóveis de classe média, porém de frente pro mar, em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina, segundo a Receita Federal (RF). A cidade possui o segundo metro quadrado mais caro do país, segundo o último levantamento do índice FipeZap.
O grupo era liderado por um traficante que teve US$ 3 milhões apreendidos no ano passado, segundo a RF. Na ocasião, os malotes de dinheiro estavam escondidos dentro de uma parede falsa em uma casa em Curitiba (PR).
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Inicialmente, conforme o auditor-fiscal Sergio Savaris, os investigados lavavam o dinheiro com a compra e venda de carros de luxo. Em 2024, no entanto, passaram a construir imóveis a partir de uma construtora de porte pequeno.
"[O grupo] construía casas e passou a construir vários edifícios ao mesmo tempo. São seis empreendimentos imobiliários ao mesmo tempo", informou.
De acordo com o auditor, dos seis empreendimentos, um está concluído, outro está na fase inicial e os outros estão em etapas intermediárias.
"Esses bens não foram bloqueados pela Justiça, mas poderão ser se os impostos, que serão apurados pela Receita Federal, não forem pagos", comentou.
O esquema movimentou o valor milionário em 2024 e, segundo a RF, "está em franco crescimento".
A Receita Federal informou que valores do grupo foram bloqueados em conta corrente e giram em torno de R$ 5 milhões.
Imóvel alvo da Receita Federal em Curitiba (PR) nesta quarta-feira (24)
Receita Federal/ Divulgação
Inicialmente, o órgão havia informado que veículos de luxo também tinham sido apreendidos. Segundo Savaris, porém, a decisão judicial autorizava apenas a apreensão dos carros vinculados ao tráfico internacional de entorpecentes. "Não foi possível fazer esse vínculo, nesse momento".
Chamada de Operação Forlands, a ação é um desdobramento da 'Follow the Money', deflagrada em 2024. Na época, a ação apontou a formação de um "sofisticado esquema" de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e dos crimes da organização, segundo a Receita Federal.
Como funciona o esquema no litoral de SC, segundo a RF
➡️ Grupo cria empresas de construção de prédios residenciais e comerciais a partir do dinheiro ilícito;
➡️Unidades são vendidas para terceiros ou transferidas para laranjas;
➡️ Além de lavar o dinheiro, grupo consegue aumentar lucro e dar aparência de legalidade;
➡️ Veículos de luxo e caminhões também foram comprados com dinheiro dos crimes e colocados em nome de envolvidos no esquema.
Em Itapema, os mandados foram cumpridos na região da Meia Praia, onde existem diversos prédios e projetos imobiliários em construção. A cidade é considerada como a melhor para se investir em imóveis no Brasil.
A operação buscou interromper as práticas criminosas e descapitalizar a organização criminosa investigada. Contribuintes envolvidos no esquema foram intimados a prestar esclarecimentos à Receita Federal.
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Infográfico divulgado pela Receita Federal mostra como funciona esquema alvo da operação desta quarta-feira
Receita Federal/ Divulgação
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